Belo Jardim

João e Hélio respondem 71 processos na justiça por diversos crimes

Políticos são semelhantes em diversos aspectos

Arquivo/reprodução

O município de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, com pouco mais de 76 mil habitantes, segundo dados do IBGE de 2019, passa por tempos sombrios na política local. A cidade está completamente abandonada, com a saúde sucateada, atrasos de salários, bairros às escuras, ruas esburacadas e tomadas pelo lixo, estradas da zona rural intransitáveis, entre outros graves problemas.

Se somados os processos judiciais dos últimos dois prefeitos eleitos (João Mendonça Jatobá e Hélio dos Terrenos), o número de ações chega a 71.

João Mendonça Jatobá é réu em 34 processos por diversos crimes, como improbidade administrativa, crimes contra a honra, enriquecimento ilícito, dano ao erário público, superfaturamento de obras e pagamento de notas fiscais inidôneas.  Inclusive, em um dos processo, que envolve o Banco Schahin, o ex-prefeito foi condenado há 37 anos de prisão pelo Juiz Douglas José da Silva, em 1° instância.

Já Hélio dos Terrenos, é novo na política, mas, veterano quando se trata em ser réu em ações judiciais. O petebista acumula 37 processos na justiça, por improbidade administrativa (4), falsa comunicação de crime, crimes contra o meio ambiente e crime contra a honra, entre outros.

Saúde

Não apenas em processos judiciais, João e Hélio se assemelham também na forma desastrosa de governar. Em nove de janeiro de 2015, durante a gestão de João Mendonça Jatobá, o Diário Oficial do Estado comunicou a interdição ética do Hospital Regional Júlio Alves de Lira, mantido pela prefeitura de Belo Jardim.

Por mais de um ano e quatro meses a população ficou sem hospital e sofreu com o descaso na saúde provocado pelo Governo João Jatobá. Após o fechamento da unidade, os atendimentos foram relocados para a Policlínica Professor Ulisses Lima, localizada na Avenida Geminiano Maciel. Devido à demanda de atendimentos, a Policlínica não suportava a quantidade de pacientes e muitos precisavam recorrer a outras cidades ou ao atendimento particular.

Com Hélio dos Terrenos, a situação não é diferente. O gestor tem seguido os passos do ex-prefeito e abandou o hospital. O sucateamento da saúde pública do município afeta diretamente a vida da população, que lamenta a morte de entes queridos e acusa unidade de saúde de negligência médica, a falta de medicamentos, salários atrasados e o abandono das ambulâncias e do Samu. A gestão Hélio trocou em menos de três anos seis secretários de saúde.

Demissões

Durante o primeiro ano de governo, João Mendonça Jatobá colocou mais de 400 funcionários efetivos em indisponibilidade, ou seja, afastando os colaboradores, congelando o salário e pagando apenas encargos, o que na época não era suficiente para sobreviver.

Já Hélio dos Terrenos, durante os três anos de gestão, demitiu mais de 500 funcionários contratados no período. Recentemente, Hélio suspendeu o contrato de funcionários em meio à pandemia da Covid-19 e prometeu entregar cestas básicas no valor de até R$ 300. Com tudo, até agora, os mantimentos não foram entregues aos colaboradores afastados.

Apoio na Câmara

Ao se eleger, João fazia questão de ter maioria absoluta na Câmara de Vereadores, usando isso como uma forma de se blindar de CPIs e processos de impeachment. O ex-prefeito sempre fez acordos obscuros com vereadores eleitos em outros grupos políticos para que o apoiassem.

Hélio seguiu a risca os passos de João e ao vencer a eleição suplementar em 2017, fez questão de obter o apoio de vereadores eleitos por grupos políticos adversários, como Marcelino Monteiro, Zé Gury Jr, Evandro Macarrão, Wilsinho, Zé Pereira e Da Paz (1°suplente), como uma forma de se blindar, assim como fez João.

Eleições

Após ser cassado e condenado por corrupção em 2017, João Mendonça Jatobá pretende lançar sua esposa, Isabelle Mendonça. A ideia do ex-prefeito é usar a mulher como laranja, para que ele possa mandar na prefeitura nos bastidores, já que a justiça não permite que ele assuma o cargo, por não poder disputar eleições.

Semelhante a isso, Hélio que foi obrigado a abrir mão da sua reeleição, devido sua alta rejeição perante a população, arrendou a prefeitura ao ex-secretário de gestão, Wilson Maciel (Wilsinho) e teria feito um acordo financeiro para vender a candidatura do seu grupo político ao vereador. A ideia é mesma pensada por João, permanecer vivendo às custas da prefeitura.

Ausentes na cidade

Apesar de ter ser prefeito em Belo Jardim, João não vivia o dia-a-dia da cidade. Ele reside em um apartamento luxuoso avaliado em mais de R$ 3 milhões, na Avenida de Boa Viagem, na capital pernambucana. O ex-prefeito despachava por algumas vezes na prefeitura e seguia viagem para o Recife.

O atual prefeito, apesar de morar na cidade, não é visto no local de trabalho. O Oficial de Justiça tentou intimá-lo em um dos processos que Hélio responde, por improbidade administrativa, e não o encontrou nem da prefeitura e em sua casa, no alto da serra.

Após todos esses aspectos semelhantes entre o ex-prefeito e o atual, não seria errado afirmar que João é Hélio, e Hélio é João.

Da Redação

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