Belo Jardim

Após 28 meses descumprindo decisão da justiça, prefeitura contrata empresa para organizar concurso público

Nome da empresa foi divulgado no Diário Oficial dos Municípios de Pernambuco, nessa segunda (9)

Arquivo/TV Jornal

Se passaram mais 28 meses desde que a justiça determinou através de liminar que a prefeitura de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, realize concurso público. De acordo com a decisão, à época, a prefeitura tinha o prazo de 30 dias para instalar uma comissão responsável pelo certame e no máximo 180 dias para realizar as provas. Dois anos e quatro meses se passaram para que a prefeitura pudesse acatar a ordem da justiça.

Nessa segunda (9), foi divulgado no Diário Oficial dos Municípios de Pernambuco a empresa que ficará responsável pela realização do certame em Belo Jardim. A empresa escolhida para realizar a seleção foi a Associação de Ensino Superior Santa Terezinha – FACET, popularmente conhecida como Faculdade de Timbaúba, na Mata Norte de Pernambuco. O contrato entre as partes foi assinado em 03 de setembro de 2019 e terá vigência de um ano. Com a definição da banca organizadora, o edital deve ser publicado em breve.

Sobe o concurso público

A liminar que determinava a realização do concurso previa ainda uma multa diária de R$ 1 mil ao município em caso de descumprimento do prazo e de R$ 500 para o prefeito. A decisão foi arbitrada durante a gestão do ex-prefeito cassado e condenado, João Jatobá , que nada fez em relação ao concurso.

Em 29 de agosto de 2018 foi publicado no Diário Oficial do Estado de Pernambuco o cancelamento do processo licitatório N° 074/2018 Pregão Presencial N° 015/2018 que seria para a contratação da empresa que ficaria responsável pela organização e execução do concurso público.

Já durante a gestão interina do vereador Gilvandro Estrela (PV), entre junho e julho de 2017, foi assinado a portaria N° 407 que nomeou a Comissão Organizadora do Concurso Público Municipal N° 001/2017. Na época, foram nomeados três servidores municipais para compor a equipe. “Eu cheguei a montar uma comissão e o prefeito destituiu. Ele enviou um projeto para a Câmara que está engavetado devido a uma descriminação salarial em relação a algumas classes. O projeto segue engavetado porque ele [o prefeito e Belo Jardim] esqueceu de mandar uma nova planilha. A previsão para realizar o concurso é praticamente zero, ele não tem interesse”, criticou o parlamentar.

No dia 8 de fevereiro deste ano o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por meio da 1° Promotoria de Justiça de Belo Jardim ingressou com uma ação de improbidade administrativa por descumprimento da não realização do concurso público municipal contra o prefeito Hélio dos Terrenos e mais 12 réus, entre eles secretários e servidores da prefeitura. No processo, o MPPE denuncia a contratação ilícita de 1454 servidores entre o dia 25/07/2017 e 31/03/2018 para funções de “natureza permanente e, portanto, não executadas pelo art. 2° da lei municipal n° 1.549/2003 para prestarem serviços públicos ao município de Belo Jardim em várias funções públicas, sem observar o princípio do concurso público e a lei municipal n° 1.549/2003, que disciplinam as contratações as contratações emergenciais de pessoal”.

Da Redação

NOSSOS CONTATOS