Superfungo: Pernambuco confirma mais 2 casos e sobe para 6 número de pacientes com Candida auris em 2023
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou mais dois casos do superfungo Candida auris em Pernambuco. Com isso, o número de pessoas infectadas em 2023 no estado subiu de quatro para seis.
Os novos pacientes são uma idosa de 70 anos, que ficou internada por nove dias e já recebeu alta do Hospital Miguel Arraes, em Paulista, e um homem de 51 anos, que está no Hospital Tricentenário, em Olinda.
Os hospitais são as unidades onde foram identificados os dois primeiros casos de superfungo neste ano, em 19 de maio. No dia 22, o Miguel Arraes foi fechado para novos atendimentos. Este é o terceiro caso notificado no local.
De acordo com a SES-PE:
Os dois novos pacientes confirmados com Candida Auris foram admitidos nos hospitais por outros problemas de saúde e não apresentaram “repercussões clínicas decorrentes do fungo”;
O homem de 51 anos tem histórico de acidente vascular cerebral (AVC), com longo período de internamento hospitalar, e foi admitido no Tricentenário em outubro de 2016;
Este paciente recebeu alta clínica, mas continua hospitalizado por conta do seu “contexto social”;
A mulher deu entrada no Hospital Miguel Arraes no dia 14 de maio por causa de uma lesão infeccionada no pé e recebeu alta no dia 23;
O diagnóstico dela foi confirmado durante a realização de exames em pessoas que tiveram contato com um dos pacientes infectados pelo superfungo no hospital.
A SES disse ainda que, mesmo após receber alta, o superfungo pode permanecer no organismo do paciente por um período de três a seis meses.
Outros quatro casos confirmados
O quarto caso de superfungo em Pernambuco foi confirmado na segunda (29). O paciente, de acordo com a SES, deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Miguel Arraes com problemas ortopédicos e, após a notificação do caso, foi isolado. Ele está internado desde o dia 12 de maio.
Além dele, outras três pessoas foram infectadas:
- Idoso de 66 anos, internado no Hospital Português, privado, no Paissandu, na área central do Recife, no dia 23 de maio: evoluiu bem e teve alta hospitalar;
- Homem de 48 anos, internado no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, diagnosticado no dia 11 de maio: continua internado na unidade, sem repercussões clínicas devido ao fungo;
- Idoso de 77 anos, internado no Hospital Tricentenário, em Olinda, que teve o diagnóstico no dia 14 de maio: continua internado na unidade, sem repercussões clínicas devido ao fungo.
No caso do Hospital Miguel Arraes, como o primeiro paciente diagnosticado passou por várias áreas do hospital, toda a unidade de saúde foi fechada para novas internações e só está recebendo pacientes em casos de urgência.
O que é Candida auris?
O Candida auris é um fungo identificado pela primeira vez no Japão, em 2009. Desde então, se espalhou por todos os continentes. No Brasil, chegou em 2020. Ele é caracterizado pela comunidade cientifica como um fungo mais resistente a medicamentos do que os outros.
Entre 2021 e 2022, o surto de Candida auris no Recife foi o maior já registrado no país, com 48 notificações.
Geralmente, não há manifestação clínica da presença do superfungo no paciente que está “colonizado” (que tem o fungo no corpo, mas não foi “infectado”). Nesta fase, não há sintomas.
Mas um machucado, uma ferida na pele ou o uso de catéter no hospital pode permitir que ele entre no corpo, atinja a corrente sanguínea e provoque uma infecção.
Em casos graves, pode prejudicar órgãos como o coração e o cérebro. Em último caso, podem levar à sepse, uma infecção generalizada capaz de matar.
Como se previnir?
Higiene das mãos;
Uso adequado de materiais de proteção;
Limpeza do local onde estão os pacientes infectados.
Por que o Candida auris é conhecido como superfungo?
Em 2019, o Candida auris foi caracterizado pela comunidade científica como um fungo mais resistente a medicamentos do que os outros.
Estudos indicam que em até 90% dos pacientes, o Candida auris é resistente a fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas, que são medicamentos usados no tratamento de infecções por fungos.
Por G1PE