Prefeitura de Tacaimbó despeja metralhas no leito do rio Ipojuca e comete crime ambiental
“A prefeitura de Tacaimbó está aterrando o rio Ipojuca. Olhem aí o carro da Prefeitura jogando o que é de metralha dentro do rio. Eu estou filmando para mandar pra justiça”, registrou com indignação, um morador da cidade de Tacaimbó, no Agreste de Pernambuco, enquanto filmava um caminhão que seria da limpeza urbana do município cometendo um crime ambiental, despejando carradas de entulhos no leito do rio Ipojuca nessa quinta-feira (19). Trabalhadores que estavam no local, tentaram intimidar o morador para impedir as filmagens.
No vídeo feito pelo morador é possível ver pilhas de metralhas com pedaços, telhas e de cerâmica; areia e galhos de plantas.
De acordo com uma moradora que preferiu não se identificar, o objetivo do aterro do leito do rio, é criar um curral para comercialização de animais. O local fica próximo ao palácio municipal, no Centro da cidade. “É um crime ambiental que está acontecendo aos olhos do prefeito Álvaro Marques. Uma irresponsabilidade”, disse.
Em 2015, uma matéria veiculada no site oficial da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), registrou que Tacaimbó foi a primeira cidade a despoluir o rio Ipojuca. Segundo a Compesa, foram investidos R$ 14 milhões em obras de saneamento no município para reduzir em 93% do lançamento da carga orgânica da cidade no rio Ipojuca. Se a denúncia se confirmar, sete anos após a execução das obras, o governo municipal estaria caminhando na direção contrária da preservação ambiental, aterrando o leito do rio.
A redação do Portal BJ1 Notícias enviou a denúncia a assessoria da Prefeitura de Tacaimbó na manhã dessa sexta-feira (20). Até o fechamento dessa edição, a assessoria não se pronunciou sobre o caso.
Veja o vídeo onde o morador denuncia o descarte de metralhas no leito do rio Ipojuca:
Prefeitura nega que estaria jogando metralhas no leito do Rio Ipojuca em nota divulgada no fim de semana:
Atualização em 23/05 às 11h6
“A Prefeitura de Tacaimbó esclarece que, diferente do que foi veiculado nas redes sociais, NÃO ESTÁ E NEM ESTEVE JOGANDO METRALHA NO RIO IPOJUCA. Como é do conhecimento de todas e todos tacaimboenses, a margem que fica à esquerda de quem chega para atravessar a ponte do rio Ipojuca, foi há décadas danificada com a retirada de parte do solo que compunha a várzea para a produção de tijolos. Com isso, o local alagou e se transformou em foco de mosquitos, doenças e congêneres. Portanto, a Prefeitura tem trabalhado para recuperar o local, aterrando a área alagada que não faz parte do rio no intuito de promover seu reflorestamento e criar um parque ambiental. O mesmo ajudará para que o rio em período de cheias possa seguir seu curso natural e não causar transtornos a quem mora em sua proximidade”, registrou nota divulgada pela Prefeitura de Tacaimbó.