Foto: Reportagem BJ1).
Sem receber salários há dois meses, os médicos do Hospital Júlio Alves de Lira (HJAL), em Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, cruzaram os braços e se recusaram anteder os pacientes na manhã desta terça-feira (21). De acordo com informações apuradas pela reportagem do BJ1, mais de 100 pessoas foram prejudicadas com a falta de atendimento.
A ambulante Alvanir Brito foi uma dessas. Ela torceu o tornozelo durante o trabalho e relatou que passou mais de duas no hospital e não foi atendida. “Isso é revoltante demais! Uma pessoa se machuca em uma situação dessa e [aqui no hospital] não passam sequer um dipirona? Médicos não atendem, se negam todo tempo a atender os pacientes. Isso é revoltante para os pacientes!”, desabafou.
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O servidor público Aloísio Bezerra da Silva, conta que levou a esposa que sofre com crise de coluna para receber atendimento e voltou para casa sem ela ser consultada. “Levei minha esposa e não tinha um médico para atender. Cheguei lá e os enfermeiros me mandaram ir para o [Hospital] Santa Fé, cheguei lá e disseram não ter ninguém para atender [casos emergenciais encaminhados de unidades públicas]. Ninguém quer trabalhar porque o prefeito não pagou”, criticou.
Já a dona de casa Laudiceia Maria de Souza, chegou ao hospital com mal estar, esperou para ser atendida e o médico se recusou. “Desde 6h que estou aqui, cansada e com diarreia. Esperei até agora para o médico me atender, mas nada, nada. Dizem que é por falta de pagamento”, afirmou.
Vilaneide conta que presenciou a assistente social preenchendo atestado médico. “Quem está dando atestado é a assistente social, nunca soube que a assistente social é médica”, questionou. “Faz mais de duas horas que estou aqui e tem gente que desde ontem ainda não foi atendido”, relatou.
Já a aposentada Maria José da Silva, conta que funcionários do hospital orientavam pacientes a procurar a Policlínica Professor Ulisses Lima. “Se for procurar a Policlínica vai ter que ter uma ficha, como vamos conseguir a ficha lá? O médico não vai querer atender”, disse.
Sem saber o que fazer, pacientes procuraram o presidente da Câmara de Vereadores, Gilvandro Estrela (PV), para que ele pudesse tomar algum tipo de providência. O gabinete dos parlamentares fica em frente ao HJAL.
O edil explicou que procurou a direção o hospital e foi confirmado que o problema era financeiro. “A situação é triste, calamitosa. É vergonhoso a gente está na Câmara trabalhando e chegar 20, 30, 50 pessoas aqui pedindo ‘pelo amor de Deus’ para gente tomar uma providência e a gente não poder fazer nada. Simplesmente o prefeito não pagou os médicos e eles não querem trabalhar por não estarem recebendo, de quem é a culpa? Do governo irresponsável”, criticou.