Coronavírus: 97% dos municípios de Pernambuco já têm casos graves da doença
Com a expansão das confirmações de covid-19 neste sábado (16), Pernambuco já tem 96% dos 184 municípios com casos graves da doença, além do Arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência da doença em pacientes de outros Estados e países que tiveram diagnóstico em Pernambuco. O boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES) revela que 177 cidades pernambucanas já têm pacientes que manifestaram quadros severos da doença, que geralmente exigem assistência hospitalar, como necessidade de internamento em leito de unidade de terapia intensiva (UTI) ou de enfermaria.
Apenas neste sábado (16), primeiro dia de quarentena rígida no Grande Recife, o Estado alcançou mais um recorde diário de casos de covid-19: 2.279 novas infecções foram confirmadas, o que fez Pernambuco chegar a 18.488 casos. O aumento do número de confirmações nas últimas 24 horas, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), é explicado pelo acúmulo de casos leves durante esta semana, já que o sistema de notificação do Ministério da Saúde apresentou instabilidade técnica nos últimos três dias, o que dificultou extração dos dados. Além disso, de acordo com a pasta, houve ontem um maior número de resultados liberados pelos laboratórios privados, o que não refletem necessariamente casos diários.
“O maior número de confirmações hoje (ontem) em Pernambuco, refere-se a pelo menos três dias anteriores por um atraso nas informações vindas dos municípios e dos laboratórios privados. São números expressivos que reforçam a necessidade da quarentena, instituída no sábado pelo governador Paulo Câmara. Esperamos, com isso, uma maior adesão da população para que possamos atenuar o crescimento da curva epidêmica no Estado, reduzindo o número de casos e de óbitos em dias posteriores”, destacou o secretário Estadual de Saúde, André Longo.
Das 18.488 pessoas infectadas ao longo de 65 dias em Pernambuco, a contar das primeiras confirmações, 9.258 são casos graves e 9.230 quadros leves. Dos pacientes que manifestaram sintomas severos, 1.734 evoluíram bem, receberam alta hospitalar e estão em isolamento domiciliar. Outros 3.139 permanecem internados, sendo 235 em unidade de terapia intensiva (UTI) e 2.904 em leitos de enfermaria das redes pública e privada.
Também neste sábado (16), Pernambuco totalizou 1.461 mortes pela covid- 19, cuja letalidade fica em 7,9%, considerando o total de casos confirmados. É uma taxa maior do que a média brasileira, de 6,7%. Em comparação com demais unidades federativas, o Estado é o quarto em número absoluto de óbitos, atrás do Ceará (1.614), do Rio de Janeiro (2.614) e de São Paulo (4.688). Este último superou ontem, em número de mortos, a China – país onde ocorreu o início da pandemia e alcançou 4.637 óbitos.
Em números absolutos de casos, São Paulo segue em primeiro lugar (61.183), seguido pelo Ceará (23.795) e pelo Rio de Janeiro (21.601). O Amazonas, com 19.677 pessoas que já receberam diagnóstico confirmado da doença, ultrapassou Pernambuco em volume de infectados e agora ocupa a quarta posição. Assim, o Estado é o quinto em número de casos. Nesse cenário, Brasil soma 233.142 casos confirmados da doença e se torna o quarto país no mundo com o maior número de doentes, superando a Itália (224.760) e a Espanha (230.698).
Recém-nascidos
Entre as 80 vítimas fatais que tiveram diagnóstico laboratorial de coronavírus apenas ontem em Pernambuco, está uma menina de apenas 14 dias de vida, cuja família é Amaraji, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Com isso, sobe para oito o número de mortes causadas pela covid-19 até os 9 anos de idade.
A menina é uma das filhas gêmeas de uma mulher que deu à luz no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco. A mãe foi a óbito no último dia 8 e teve resultado negativo para coronavírus, segundo a SES. A menina faleceu, na quinta-feira (14), no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). O irmão gêmeo, que também positivou para covid-19, está na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal do HC, de acordo com a SES.
Por: Cinthya Leite – JC Online