O que você estava fazendo quando tinha 12 anos? O belo-jardinense David Henrique, o Biriguy, lia e recitava poesias. Três anos depois, ele estreou no mundo da escrita já ganhando um prêmio por isso.
De lá para cá, as conquistas não pararam. O jovem, que hoje tem apenas 22 anos, já lançou livros, Ep, criou sua própria editora, fez dois filmes, participou de festivais internacionais e subiu em muitos palcos espalhados por esse Brasil.
O ponta pé da carreira artística começou ainda em 2009, quando ele iniciou seus estudos de trompa e trombone na Sociedade da Cultura Musical, comandada pelo saudoso mestre Ulisses Lima.
Depois de acompanhar a efervescência dos grupos alternativos que se apresentaram durante o Festival de Inverno de Garanhuns no mesmo ano, seria lançada a semente para a criação da banda Virgulados, a qual faz parte até hoje. “Foi então que decidimos montar a banda. E a poesia era algo que eu já carregava comigo. Então, a união das duas coisas aconteceu naturalmente”, explica.
No ano seguinte, Biriguy já mostrava o seu talento em palcos locais e no Festival Internacional de Poesia em Recife. Em 2015, ele passou a ser convidado pelo Sesc para participar de diversos festivais e eventos, como em Triunfo e Petrolina, no Sertão, e na própria Terra do Bitury.
Atualmente, o poeta belo-jardinense integra também o Circuito Nacional de Literatura do Sesc chamado Arte da Palavra. O evento figura na lista dos mais importantes do segmento no país e reúne escritores do Brasil inteiro. Biriguy é um dos 15 poetas convidados em todo Pernambuco. O seu talento já marcou cidades como Palmas, no Tocantins; e Cuiabá, no Mato Grosso.
Ainda este ano, Biriguy também se apresentou no Festival Palavras Cifradas no Recife, durante a Pré-balada Literária que, como o próprio nome já diz, precede a Balada Literária. Esse último é um evento de grande porte organizado pelo escritor pernambucano internacionalmente reconhecido, Marcelino Freire. “O encontro acontece em novembro e fomos convidados, informalmente”.
Mesmo tão jovem, Biriguy já coleciona títulos e lançamentos autorais. Em 2010, com o ‘Soneto da Transfiguração Natural’, ele foi vencedor do IX Prêmio Literário da Livraria Asabeça de SP e teve seu texto publicado pela primeira vez. Em 2013, ele lançou um livro ‘Útero de Retratos Mundanos’, seguido de ‘Poemas sem Cabrestos’, em 2014. Ambos lançados por sua própria editora artesanal ‘Lara Cartoneira’, que também já difundiu no mercado outros autores locais.
Na música, em 2016, junto com a banda Virgulados foi divulgado o Ep Escombros, que fez parte do Coquetel Molotov, edição Belo Jardim. E agora, Virgulados prepara outro Ep, ‘Pela Poesia’, com cinco faixas.
E o ritmo continua frenético, pois o jovem belo-jardinense prepara a publicação de outros dois livros próprios que foram escritos nos últimos anos e, nos intervalos, ainda ensaia junto com a banda.
Além disso, como aluno da UFPE do curso de Comunicação Social com ênfase em Mídias Sociais e Produção Cultural, ele já dirigiu dois filmes: ‘Pelos Galhos de Jurema’, que narra o Culto da Jurema Sagrada, realizado por uma comunidade de terreiro de Belo Jardim; e o documentário de observação ‘Ventre Morto’, que mostra a Barragem do Bitury seca. As películas já foram exibidas no CineJardim.
“Acredito que a arte é um caminho. É uma forma de enxergar o mundo e se comunicar com ele. É um egrégora*. Eu não estou fazendo arte sozinho. Existe milhões de artistas espalhados pelo mundo. Existe uma sintonia entre essas pessoas porque elas acreditam na arte também como um instrumento capaz de transformar as pessoas através da sensibilidade”, finaliza Biriguy.
Confira o ep Escombros aqui.
Egrégora, ou egrégoro (do grego egrêgorein, «velar, vigiar»), é como se denomina a força espiritual criada a partir da soma de energias coletivas (mentais, emocionais) fruto da congregação de duas ou mais pessoas.
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