O sono da morte interrompido pela incompetência
Acidentes envolvendo animais não são mais novidades em Belo Jardim. Porém um caso, semana passada, teve uma repercussão maior. Não pela
gravidade do atropelamento, mas pelo descaso por parte da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente da cidade, responsável por retirar os animais feridos que estão em vias públicas. O caso em questão foi o de um jumento, que ao atravessar a BR-232 foi atingido por uma carreta. Porém, apesar dos comerciantes locais terem pedido auxílio e divulgado o caso, nada foi feito por parte do órgão. Hoje (26), alguns jovens da cidade tomaram a iniciativa de fazer algo pelo animal.
“Acionamos o Corpo de Bombeiros pra nos ajudar a colocar o jumento no carro que nós alugamos com nosso dinheiro. Prontamente os agentes chegaram e levamos o animal para Dr. Domingos avaliar o caso. Infelizmente, o médico afirmou que nada poderia ser feito, e que o melhor para o bicho seria a eutanásia”, conta uma das ajudantes no caso, Flávia Leite.
Entretanto, para sacrificar o animal o veterinário precisaria de uma autorização. “Já não bastava a falta de irresponsabilidade da Secretaria de Agricultura em deixar o animal debaixo desse sol escaldante. Quando fomos atrás da autorização a incompetência foi maior. Primeiro não sabiam fazer o documento de liberação da eutanásia, depois não disponibilizaram o transporte para levar o corpo do animal para ser enterrado”, explicou Edson Souza, que também participou do resgate.
“Nós esperamos a autorização da Secretaria por mais de uma hora na frente do veterinário, que só poderia fazer algum procedimento com o animal se tivesse com a autorização. Um descaso total. A única pessoa que nos atendeu prontamente foi o secretário de Obras, que arrumou um local para que o animal fosse enterrado”, completa Flávia.
O jumento foi sacrificado, segundo o veterinário, pois animais de grande porte quando quebram partes do corpo não se recuperam facilmente. Além da fratura, a pata estava machucada por fora, se engessada iria apodrecer, causando mais sofrimento para o animal. E infelizmente era o único modo de acabar com o sofrimento dele. Tentamos falar com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, mas não obtivemos resposta.