VARÍOLA DOS MACACOS: Pernambuco registra primeiro caso suspeito da doença
Pernambuco registrou, nesta terça-feira (5), o primeiro caso suspeito de varíola dos macacos (monkeypox). De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), trata-se de jovem de 25 anos, morador de Guarulhos, em São Paulo.
Segundo a SES-PE, o paciente teve contato com europeus em uma comemoração no estado onde reside, e chegou a Pernambuco no dia 23 de junho para visitar familiares em Paulista, no Grande Recife.
No dia 30 de junho, o jovem começou a apresentar quadro de febre, adenomegalia (aumento dos linfonodos do pescoço), erupção cutânea e linfogranuloma venéreo (linfonodos inchados na região genital e virilha).
Com os sintomas de varíola dos macacos, o jovem procurou a Clínica do Homem do Recife, na Soledade, Centro do Recife.
“No serviço, foi realizado teste de triagem para detecção de sífilis, que apresentou resultado negativo, além da coleta de swab nasofaríngeo e esfregaço da lesão para análise e determinação de diagnóstico. As amostras coletadas serão encaminhadas para o Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, referência para o diagnóstico da monkeypox (varíola dos macacos). O Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) também realizará investigação para detecção de outras doenças (arboviroses, exantemáticas, enterovirus, vírus respiratórios clamídia e gonococo, por exemplo)”, explicou a SES-PE, em nota.
O paciente tem quadro de saúde considerado estável e foi colocado em isolamento domiciliar. Até o momento, nenhum familiar dele apresentou sintomas de varíola dos macacos.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco notificou o Ministério da Saúde (MS) e monitora o caso junto à Secretaria Municipal de Saúde de Paulista, que está realizando o acompanhamento do paciente com suspeita de varíola dos macacos, coleta de exames complementares e a vigilância dos contatos próximos.
O que é varíola dos macacos?
A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus Monkeypox do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae.
O nome varíola dos macacos deriva da espécie em que a doença foi inicialmente descrita em 1958. Trata-se de uma doença zoonótica viral, cuja transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado ou por materiais contaminados.
Embora o reservatório seja desconhecido, os principais animais suspeitos são pequenos roedores naturais das florestas tropicais da África Ocidental e Central. O Monkeypox é comumente encontrado nessas regiões, e pessoas com o vírus são ocasionalmente identificadas fora delas, normalmente relacionadas a viagens para áreas onde a varíola dos macacos é endêmica
Apesar do nome da varíola dos macacos, os primatas não humanos não devem sofrer qualquer tipo de retaliação: eles não são reservatórios e o surto atual não tem relação com eles.
Transmissão da varíola dos macacos
A transmissão da varíola dos macacos entre humanos ocorre principalmente por meio de contato com lesões de pele ou mucosa de pessoas infectadas, secreções respiratórias ou objetos contaminados.
O período de incubação é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode prolongar-se a 21 dias.
Varíola dos macacos sintomas
Os sinais e sintomas incluem febre, cefaleia, mialgia, dores nas costas, adenomegalia, calafrios e exaustão.
A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo. Os casos recentemente detectados apresentaram uma preponderância de lesões na área genital. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas.
Tratamento da varíola dos macacos
Em caso suspeito de varíola dos macacos, é preciso realizar o isolamento imediato do indivíduo, notificar imediatamente a vigilância epidemiológica e coletar amostras clínicas para exames confirmatórios.
O tratamento da varíola dos macacos é baseado em medidas de suporte, com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e prevenir sequelas.
Casos de varíola dos macacos no Brasil e no mundo
Até o dia 5 de julho de 2022, foram confirmados 6.154 casos de varíola dos macacos em 53 países.
Os casos confirmados de varíola dos macacos estão distribuídos principalmente na Europa, que concentra a maior quantidade de notificações.
Até o momento, 293 casos de varíola dos macacos foram notificados no Brasil: São Paulo (140), Rio de Janeiro (60), Minas Gerais (25), Ceará (13), Rio Grande do Sul (10), Goiás (7), Santa Catarina (6), Paraná (5), Acre (3), Distrito Federal (3), Espiríto Santo (3), Mato Grosso (3), Mato Grosso do Sul (3), Rio Grande do Norte (3), Maranhão (2), Piauí (2), Rondônia (2), Amazonas (1), Bahia (1) e Sergipe (1).
Dentre os casos de varíola dos macacos notificados no País, 106 casos foram confirmados, sendo 105 do sexo masculino e 1 do sexo feminino. Destes, 75 são procedentes do estado de São Paulo, 20 do Rio de Janeiro, 3 de Minas Gerais, 2 do Ceará, 2 do Paraná, 2 do Rio Grande do Sul, 1 do Distrito Federal e 1 do Rio Grande do Norte.
Setenta e três casos permanecem suspeitos, sendo 66 do sexo masculino e 7 do sexo feminino, e 114 foram descartados.
Por JC Online