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Vai ter greve dos caminhoneiros? Veja o que se sabe após o aumento da gasolina e do diesel

A Petrobras anunciou aumento no valor dos combustíveis na última semana

Paralisação dos caminhoneiros em 2018 foi a maior dos últimos tempos e causou transtornos em todo o País – FOTO: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim disse ser possível uma greve dos caminhoneiros no Brasil após o aumento na gasolina e no diesel anunciado pela Petrobras na última semana.

Wallace, conhecido como ‘Chorão’, se pronunciou por meio de uma nota sinalizando que “a greve é o mais provável”.

“A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, o país vai parar novamente. Se não for greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável”, diz a nota da Abrava.

Os caminhoneiros criticam uma sobrecarga com as tarifas do diesel somadas às despesas com as manutenções feitas nos veículos. A categoria ainda relata dificuldades em arcar com os custos, “colocando em risco sua própria vida e a de terceiros”.

Os caminhoneiros ainda responsabilizam o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), por não ter “reestruturado” a Petrobras e, em contrapartida, ter preferido dar “chilique”.

“A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, o país vai parar novamente. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável”, afirmou a entidade de condutores.

Na sexta-feira (17), o Conselho de Administração da Petrobras anunciou aumento percentual da gasolina em 5,18%, e de 14,26% para o diesel, válidos a partir de sábado, 18.

Em reação ao novo reajuste dos combustíveis, Bolsonaro sugeriu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para investigar a atuação da empresa e investigar o aumento dos preços, chamado por ele de “inconcebível”.

“A ideia nossa é propor uma CPI para investigar o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o Conselho Administrativo e fiscal. Nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles”, afirmou em entrevista a uma rádio em Natal, no Rio Grande do Norte.

De acordo com o presidente, a medida já é negociada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), junto a líderes partidários. “É inconcebível se conceder um reajuste, com combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo”, seguiu Bolsonaro na entrevista.

Frete deve aumentar

Já a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), que representa 15 mil empresas de transportes, informou que o novo aumento do diesel anunciado pela Petrobras vai acarretar um reajuste adicional de no mínimo 5% no valor do frete, fator esse que deve ser aplicado emergencialmente.

A entidade destacou a importância das empresas transportadoras negociarem a inclusão nos contratos antigos e sugere colocar, nos novos contratos, um gatilho para os aumentos do diesel.

De acordo com a entidade, no acumulado do ano a alta do diesel variou em média 28,93% nas bombas de abastecimento. Nos últimos 12 meses, entre junho de 2021 e julho de 2022, a variação média é de 52,69%.

“Desde que a Petrobras passou a realizar ajustes nos preços dos seus produtos a qualquer momento, inclusive diariamente, vem desafiando muito a rotina e manutenção das empresas transportadoras, quanto ao repasse desse custo para os embarcadores (clientes)”, afirmou a NTC&Logística em nota.

 

Da redação

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