Do Jornal Vanguarda
A Universidade Federal de Pernambuco dará início, no dia 24 deste mês, às aulas da graduação em comunicação social com habilitação em mídias sociais e produção cultural – o mais novo curso ofertado pela instituição. A proposta, que tem como principal característica o pioneirismo (é o primeiro ofertado pela instituição neste segmento), é formar comunicadores especialistas, com habilidades diferenciadas dos demais cursos já existentes na região.
Por enquanto, as aulas e outras atividades serão realizadas em um espaço que está sendo construído no Polo Caruaru, ao lado da estrutura do Armazém da Criatividade (uma extensão do Porto Digital), e bem próximo ao que abriga o curso de medicina (onde os estudantes e professores de comunicação poderão utilizar o auditório e a biblioteca, por exemplo). Os alunos também terão acesso, além das salas de aula, a laboratórios.
A nova graduação tem duração de oito semestres e, inicialmente, as atividades acontecerão no período da tarde.
Os primeiros três semestres do curso serão direcionados para disciplinas comuns às duas habilitações, no chamado “ciclo básico”. Entre elas: técnicas de redação, história da mídia, comunicação e linguagem e tecnologias da comunicação.
A partir do quinto semestre, os estudantes devem optar pelas cadeiras de mídias sociais (redação para os meios de comunicação, redação para web ou comunicação e cultura de consumo), produção cultural (economia da cultura, marketing cultural ou políticas culturais, entre outros) ou ainda disciplinas eletivas (aquelas em que o aluno opta por se matricular ou não), comuns às duas habilitações.
De acordo com o coordenador do curso, Amilcar Bezerra, a graduação terá início com muitas propostas de intervenção. Há seis anos como docente em design na UFPE, em Caruaru, ele acompanha o mercado da comunicação na região faz algum tempo e observou muitas possibilidades de implantar no Agreste um curso genuinamente novo, desde a proposta curricular (flexível) até mesmo no desenvolvimento das atividades pedagógicas, de forma a mobilizar os futuros profissionais a pensar criticamente o cenário local/regional, contemplando, claro, o conhecimento sobre os aspectos globais.
“Idealizamos um curso diferenciado dos de comunicação social que são ofertados pela própria Federal, no Recife, bem como por outras instituições em funcionamento na Região Metropolitana e até mesmo aqui em Caruaru. Um curso que atenda às novas demandas de mercado, que exigem, cada vez mais, profissionais com habilidades nos multimeios que saibam trabalhar com imagens, vídeos e textos nas plataformas digitais de forma criativa e, principalmente, crítica. Trata-se de um curso extremamente contemporâneo”, contextualiza o docente.
A vice-coordenadora da graduação, Teresa Lopes, observa que outros aspectos também serão contemplados pela habilitação. “Estamos cada vez mais imersos em uma cultura visual que manifesta-se de forma muito marcante através dos meios digitais, das mídias sociais. E pensamos esse profissional com novas habilidades para lidar com este cenário em plena transformação”, complementa.
Sobre a certificação em produção cultural, a ideia é possibilitar a formação de pessoas capacitadas a articular estas áreas na região. “Não é nenhuma novidade que Caruaru possui uma cena cultural muito expressiva, com artistas de destaque nos mais diversos segmentos (na música, nas artes plásticas e nas figurativas, por exemplo), mas poucas pessoas que se destacam na habilidade de produzi-los/promovê-los”, afirma.
“Pensamos uma formação intelectual estruturada, para que os nossos alunos estejam aptos a analisar criticamente e de maneira responsável os cenários com os quais eles irão se deparar”, acrescenta Bezerra.
A estrutura física do espaço que sediará os cursos também contempla ilha de edição (para as atividades de vídeo), estúdio e equipamentos portáteis para a produção de conteúdo (exemplo de tablets). “É a produção com, a partir e para o mobile, promovendo, inclusive, a integração entre as duas ênfases”, afirma Lopes.
Espera-se, inclusive, criar um ambiente onde o aluno possa também propor para o mercado novas formas de pensar a produção de conteúdo. “Estaremos adotando uma didática diferenciada de aulas”, observa Bezerra.
Já estão sendo programadas atividades através de uma agência de notícias que, inicialmente, evidenciará as ações de cursos da UFPE em funcionamento em Caruaru, a exemplo do de medicina. A graduação também representará a Universidade Federal de Pernambuco, atuando na coorganização do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação na Região Nordeste (Intercom Nordeste), que em 2016 será promovido, pela primeira vez, em Caruaru, no Unifavip/DeVry (Centro Universitário do Vale do Ipojuca).
