Esporte

Robinho é preso em Santos para cumprir pena por estupro

Polícia Federal cumpriu, na noite desta quinta-feira (21), o mandado de prisão do ex-jogador

Foto: Divulgação

O ex-jogador Robinho foi preso nesta quinta-feira (21) para cumprir no Brasil uma pena de nove anos de prisão por estupro coletivo proferida na Itália em 2017, informou a Polícia Federal em Santos, litoral de São Paulo.

“O preso passará por exame no Instituto Médico Legal (IML), por audiência de custódia e será enviado ao sistema penitenciário”, informou a PF em nota enviada à AFP.

Robinho foi levado por agentes à sede da PF em Santos minutos depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) negar o pedido de habeas corpus de sua defesa para que suspendesse a pena até que se esgotassem as possibilidades de recurso.

O pedido foi negado ministro do Supremo Luiz Fux, em favor da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o ex-jogador cumprisse a sentença de nove anos de prisão no Brasil.

Robinho foi condenado na Itália em 2017 pelo estupro coletivo de uma jovem albanesa que comemorava seu 23º aniversário em uma boate de Milão em 2013. A sentença foi ratificada em 2022. Ele defende sua inocência e alega que a relação foi consentida.

Detenção silenciosa

Como o Brasil não extradita seus cidadãos, a Justiça da Itália pediu no ano passado a execução da pena com base em uma lei brasileira de 2017. O STJ examinou o pedido de homologação, que aprovou por ampla maioria, sem entrar no mérito da questão nem julgá-la novamente.

Desde a manhã desta quinta-feira, jornalistas aguardavam em frente à sua segunda casa no luxuoso condomínio Jardim Acapulco, no Guarujá, litoral de São Paulo. Por fim, Robinho foi preso em Santos, informou a Polícia Federal à AFP, sem revelar imagens do detido.

– “Tapa na cara” das mulheres – A decisão judicial coincide com o caso de Daniel Alves, condenado em fevereiro a quatro anos e meio de prisão por estuprar uma jovem em uma boate em Barcelona em 2022.

Um tribunal de Barcelona deu sinal verde na quarta-feira à libertação provisória do ex-jogador enquanto aguarda sua sentença em recurso, após pagar uma fiança de um milhão de euros (5,4 milhões de reais).

A decisão foi criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva

“O dinheiro que o Daniel Alves tem, o dinheiro que alguém possa emprestar para ele, não pode comprar a ofensa que um homem faz a uma mulher praticando estupro”, disse o presidente na noite de quarta-feira durante um jantar de comemoração dos 44 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília.

Daniel terá que ficar ao menos até sexta no presídio de Barcelona em que está detido desde janeiro de 2023 depois que sua defesa não conseguiu depositar a quantia antes das 14h locais (10h de Brasília), quando se encerra o prazo diário para o trâmite.

Na semana passada, o presidente Lula já havia pedido a prisão de Robinho, ao considerar que deveria “pagar o preço da sua irresponsabilidade” por um crime “imperdoável”.

A presidente do Palmeiras, Leila Lereira, questionou, nesta quinta-feira, o silêncio do mundo do futebol diante de ambos os casos, que considerou “um taba na cara” das mulheres.

A dirigente, uma das poucas mulheres no comando de um time da primeira divisão, está em Londres como chefe da delegação da Seleção Brasileira, que disputa um amistoso contra a Inglaterra no estádio de Wembley, no sábado (23). “Ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação, tenho que me posicionar sobre os casos do Robinho e Daniel Alves”, disse Leila ao UOL.

Por JC Online

Da redação

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