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O prefeito Josibias Cavalcanti, do município de Catende, na Mata Sul de Pernambuco, foi afastado na manhã desta quarta-feira (4) durante a terceira etapa da Operação Gênesis, ação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que investiga responsáveis por desvios de dinheiro público. Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos pelos agentes da MPPE em conjunto com as Polícias Militar (PM) e Civil.
Os mandados em cumprimento e o pedido de afastamento foram solicitados após investigações a partir de documentos e informações coletadas nas etapas anteriores da Operação Gênesis. De acordo com o MPPE, foram comprovadas práticas irregulares como fraudes em licitações, vendas de notas fiscais, contratação de empresas “fantasmas” e desvio de recursos públicos.
Durante a operação, o secretário de Governo Alexandre Cavalcanti, filho do prefeito, que segundo informações preliminares, liderava o grupo criminoso com a colaboração do pai, também foi afastado junto com outros seis servidores públicos do município. Segundo o Ministério Público, todos eles foram impedidos de desempenhar suas funções e proibidos pela Justiça de circular pelas dependências da Prefeitura. Em caso de descumprimento, o servidor terá que pagar multa de R$ 5 mil por dia.
A presidente da Comissão Permanente de Licitação de Catende, Silvana de Melo, também exercia papel importante na ação criminosa. A servidora, foi uma das afastadas do cargo, combinava acertos financeiros com donos de empresas de fachada.
O vice-prefeito e a Câmara dos Vereadores de Catende foram notificados para que fosse realizada uma sessão extraordinária na casa e que, assim, passasse o alto cargo do Poder Executivo municipal para o vice-prefeito.
O promotor de Justiça e integrante do Grupo de Apoio Especializado de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), relatou que as provas coletadas durante as etapas da operação ainda estão em investigação.
Em 2017, o prefeito já havia exonerado cinco familiares dos cargos públicos mas, mesmo assim, continuavam exercendo a função.
Em fevereiro deste anos, a Prefeitura de Catende foi alvo da segunda fase da operação do MPPE. Os agentes do Gaeco, em parceria com a Polícia Civil, se concentraram nos prédios da Prefeitura e da Secretaria de Saúde de Catende.
Na cidade, os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão de documentos, notas fiscais, procedimentos licitatórios e computadores. Quatro mandados de busca e apreensão foram expedidos.
A Operação Gênesis teve início em dezembro de 2017 na Prefeitura de Quipapá, também na Mata Sul de Pernambuco. De acordo com os investigadores, o esquema pode ter desviado até R$ 18 milhões por meio de fraudes em processos licitatórios para contratação de serviços para o município para empresa. Essas que possuem contratos totalizando R$ 300 milhões com pelo menos 50 prefeituras no estado.