Da Redação BJ1-Maicon Platiny
Quem de Belo Jardim nunca disse a frase “esse bebeu da água do Bitury” para se referir a alguém que tenha se apaixonado por nossa cidade? hoje, infelizmente, dessa água ninguém pode chegar nem perto. O Rio Bitury que há alguns anos foi motivo de orgulho para a cidade de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, hoje, é motivo de tristeza e vergonha. O Rio que corta o município parece não ter mais vida em meio ao lixo e a poluição que o contaminam. Com a estiagem, o rio que tem capacidade de acumulação de 17 milhões de metros cúbicos de água, hoje encontra-se totalmente seco facilitando a acumulação do lixo jogado pelos moradores. Tem de tudo, pneu velho, garrafa de plástico, de vidro, bolsas de lixo, entulho de construção, resto de sofá, latas de refrigerante entre outras coisas.
A população clama por uma ação efetiva o poder público. O universitário, Rennê Felipe, de 20 anos, reclama da falta de limpeza e da inércia o poder público. “Nosso município sofre com a seca, mas o problema será quando Deus mandar chuva. Se o rio permanecer com essa grande quantidade de lixo a água irá carregar e entupirá todos os esgotos da cidade provocando alagamento. A prefeitura por sua vez tem o dever de realizar essa limpeza e não mexe os braços”, disse.
Em 2009, foi iniciado um trabalho de dragagem, porém, uma das máquinas afundou em meio a lama e interrompeu os serviços. Durante a campanha eleitoral de 2012, o atual prefeito, João Mendonça Jatobá (PSB), enquanto candidato prometeu em seu plano de governo recuperar o rio, cobrir e até fazer uma ciclovia. Promessa essa que nunca saiu do papel em 4 anos de gestão. Depois disso nenhum tipo de campanha educativa foi feita para conscientizar a população da grave situação que o rio se encontra, e, também para orientá-los que não se deve jogar lixo naquele local.
A aposentada, Severina Bezerra da Silva, de 74 anos, a relembra como era o rio e lamenta a situação que o Bitury encontra-se. “Eu vi o rio limpo, meu esposo e meus filhos pescavam e tomavam banho nele, era maravilhoso, uma lindeza só. Hoje, a gente passa por ele com a mão no nariz de tanto fedor, não será possível que ninguém faça nada”, cobrou.
Outras consequências além do entupimento de esgoto e a morte do rio, são as doenças causadas pelo mosquito Aeds Aegypti e a grande quantidade de muriçocas que existem no município.
Ao BJ1, o Secretário de Governo, Jadilson Gonçalves, informou que a obra não foi iniciada por um dependência da prefeitura com o Governo do Estado, que segundo ele, será o responsável pela obra. Ainda segundo o secretário o início dos serviços está previsto para a próxima gestão e custará em torno de 20 milhões de reais.
