Policia Militar e Civil de Pernambuco não devem aderir à paralisação nacional
da Folha de Pernambuco
As polícias Civil e Militar de Pernambuco não deverão aderir à paralisação nacional, programada para a próxima quarta-feira (21). O movimento está convocando as categorias de todos os estados para que cruzem os braços por 24 horas. Até o momento, cerca de 13 estados teriam confirmado participação. Dentre estes, estão: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraíba. Até esta segunda-feira (19), existiam dúvidas a respeito da participação do Estado, que foi palco de uma greve de dois dias da PM na última semana, ocasionando uma série de saques em vários municípios da Região Metropolitana do Recife.
Segundo Joel da Harpa, um dos líderes do movimento responsável pela última greve, esta paralisação não é o foco da PM em Pernambuco. “Esta mobilização é mais uma que nasce nas redes sociais. Nossa comissão está focada nos ganhos aprovados recentemente”, ressaltou o policial, que esteve reunido com parlamentares da Assembleia Legislativa de Pernambuco na tarde desta segunda-feira.
“Estamos alinhados com o comando, e uma equipe técnica nossa está se reúne constante, como hoje, na Alepe, focando a implantação do risco de vida, na reestruturação do Centro Médico da Polícia Militar e, em especial, no preparo da lei de promoções para praças e oficiais. Não quer dizer que somos contra, mas nossa comissão não está envolvida, não estamos incentivando e nem desejando participar desta paralisação de quarta”, enfatizou Joel.
Além da PM, a diretoria do sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) também desmentiu a possibilidade da categoria aderir à paralisação nacional e afirmou não haver nenhuma deliberação em assembleia quanto a qualquer ato de protesto, visto que o Governo do Estado já assumiu compromissos com o efetivo para o próximo ano. Segundo o presidente do Sinpol-PE, Cláudio Marinho, o que o sindicato tem incentivado os policiais é uma mobilização contra as más condições de trabalho, através da operação “Cumpra-se a Lei”, que determina que os profissionais devem trabalhar nas delegacias na presença do delegado e ir às ruas somente com coletes à prova de balas e ordem de serviço por escrito.
Em contrapartida, um grupo dissidente promete uma mobilização na quarta-feira para expor a insatisfação da categoria com a postura assumida pelo Governo. Segundo a União dos Escrivães de Polícia de Pernambuco (Uneppe), responsável por encabeçar a passeata, a concentração será, às 15h, na Praça Oswaldo Cruz, no bairro da Boa Vista, área Central do Recife. De lá, o grupo seguirá rumo ao Palácio do Campo das Princesas e Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) na intenção de cobrar respostas com relação à pauta de reivindicações entregue à gestão estadual na última sexta-feira (16).
Entre os pontos reivindicados, consta o reajuste das gratificações de risco de vida de 100% para 225%, igual às pagas aos delegados. Além disso, os policiais civis também pedem que as negociações salariais sejam feitas ano a ano – e não por triênios -, a revisão do plano de cargos e carreiras e melhores condições de trabalho nas delegacias.