Categorias: DestaqueViolência

PE está entre os cinco estados onde morrem mais jovens no país

Estão à frente de Pernambuco os estados de Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Pará e Amapá.

Reprodução/TV Jornal

Por TV Jornal| Com informações do JC Online

Dos 42.485 homicídios registrados em Pernambuco, entre os anos de 2006 e 2016, mais da metade foram entre jovens de 15 e 29 anos, correspondendo a 24.181 assassinatos. Os números são resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgada nessa terça-feira (5).

De acordo com o estudo, apenas em 2016, foram registrados em Pernambuco 47,3 assassinatos por 100 mil habitantes, número bem acima da taxa nacional, que corresponde a 30,3 mil homicídios por 100 mil habitantes. Estão à frente de Pernambuco os estados de Sergipe (64,7), Alagoas (54,2), Rio Grande do Norte (53,4), Pará (50,8) e Amapá (48,7).

Negros

Quando analisadas as taxas de homicídios, é possível perceber que a taxa de assassinatos de pessoas negras ainda está alta no Estado. Entre 2006 e 2016, ela apresentou uma queda de 16,2%, mas entre 2015 e 2016, aumentou 12%, registrando 60,4 homicídios por 100 mil habitantes. A taxa também está acima da nacional, de 40,2%.

Mulheres
O número de mulheres mortas no Estado passou de 310, em 2006, para 282, em 2016, uma redução de 9%. No entanto, há crescimento de 21% sobre a taxa registrada em 2015, correspondente a 233. Já entre mulheres negras houve um aumento de 13,6% na taxa de homicídios, em 11 anos, e de 28,8%, nos últimos dois anos de análise.

Cidades mais violentas

Entre os locais mais violentos do Brasil em 2015, destacam-se os municípios do Cabo de Santo Agostinho e Igarassu, ambos na Região Metropolitana do Recife. O Cabo de Santo Agostinho está na décima posição, entre os municípios com maior número de homicídios, com 73,3 mortes violentas por 100 mil habitantes. Já Igarassu fica na 28ª posição, com uma taxa de 53,4 homicídios. O município com maior índice de mortes violentas foi Altamira, no Pará, com 105 assassinatos para cada 100 mil moradores.

Reprodução/TV Jornal

Pacto Pela Vida

O relatório divulgado pelo Ipea também indica que, em Pernambuco, a taxa de homicídios diminuiu entre 2007 e 2013, quando estava instalado no Estado o Programa do Pacto pela Vida. Durante esse período, a redução foi de 36% nas mortes. De acordo com o estudo, a partir de 2014, o número passou a ficar mais evidente, aumentando, no último ano, 13,7%, “fazendo com que a prevalência de homicídios voltasse ao padrão observado entre 2009 e 2010”.

Ainda em outubro do ano passado, um relato polêmico atacou o programa. A informação foi passada por um dos profissionais que concebeu o Pacto pela Vida, o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) José Luiz Ratton: “O Pacto pela Vida, como ele foi concebido, morreu. Está morto. O que o governo está fazendo agora é gerir uma marca. Hoje, há uma gestão malfeita de uma marca que já foi bem-sucedida.”

Resposta da SDS

Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) observa que Pernambuco foi um dos sete estados que tiveram queda (10,2%) no índice de homicídios no período analisado. E salienta que os números estão em curva decrescente, tendo apresentado redução de 21,98% no primeiro quadrimestre deste ano (1.590), em comparação ao mesmo período do ano passado (2.038). Lembra que “foram presos mais de 2,5 mil homicidas, graças ao trabalho das forças de segurança do Estado, que desde 2017 tiveram reforço de 2.800 PMs e mais 1.300 policiais civis”.

A nota diz ainda que os investimentos no setor vêm aumentando, passando de R$ 3,25 bilhões em 2015 para e R$ 4,46 bilhões em 2017 e havendo previsão de R$ 5 bilhões para este ano. Arma que o Pacto é considerado referência no Brasil e no mundo, tendo feito “Pernambuco ser o único estado a reduzir por sete anos o número de homicídios”. E conclui: “É importante frisar que os críticos do Pacto pela Vida jamais apresentaram uma proposta ou modelo de gestão em substituição à atual política pública de segurança”. Mas não fala nada sobre a quantidade de mortes violentas que ficaram por esclarecer.

Da Redação

NOSSOS CONTATOS