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Nutricionista fala sobre intolerância à lactose e alergia ao leite de vaca

                          Foto: Ilustração

Muitos brasileiros, em especial crianças, sofrem com a intolerância à lactose ou ainda com a alergia ao leite de vaca. A lactose é o principal carboidrato encontrado no leite materno e na grande maioria das fórmulas infantis do mercado. A intolerância à lactose é a dificuldade de digerir esse componente e isso acontece pela baixa, ou não, produção de lactase, enzima responsável pela quebra da lactose em unidades menores. Já a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) acontece quando o organismo entende que a proteína do leite é uma substância estranha ao corpo. A partir do momento que as proteínas são ingeridas, o sistema imunológico luta contra elas como se fossem agressoras.

O nutricionista e coordenador do curso de Nutrição da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Adriano Oliveira, dá orientações e explica melhor sobre essas duas doenças, fala em como a alimentação influencia nos dois casos e também como as pessoas acometidas por elas devem proceder.
– Quais as principais diferenças entre intolerância à lactose e alergia ao leite de vaca (APLV)?
Essa pergunta é de fundamental importância, porque muitas pessoas confundem ambas situações. A intolerância à lactose é decorrente da dificuldade do organismo em digerir à lactose (açúcar do leite), devido à diminuição e/ou ausência da enzima lactase (presente na mucosa intestinal). Já a alergia é uma reação do sistema de defesa do organismo às proteínas presentes no leite também chamada de (APLV). As pessoas que possuem este tipo de processo alérgico alimentar, principalmente as crianças, são alérgicas as proteínas do leite do tipo: caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina.

– Quais as principais implicações na alimentação de uma pessoa que tem essas limitações?
Para ambas situações os pacientes, habitualmente pediátricos, necessitam de fórmulas infantis especializadas. Os intolerantes à lactose, de fórmula infantil nutricionalmente completa isenta de lactose, mas, composta por proteínas lácteas.  No caso de pacientes com APLV, torna-se necessário que a formula láctea seja com proteínas lácteas extensamente hidrolisadas, com ou sem lactose. No entanto, em casos de alérgicos e intolerantes, deverá ser prescrito por profissional nutricionista ou pediatra fórmula infantil isenta de lactose, com proteínas oligoméricas (forma elementar mais simples) na forma de aminoácidos.
– Quais os principais alimentos indicados para quem tem intolerância à lactose e/ou APLV?
Não existem alimentos mais indicados. Agora, se após análise clínica médica-nutricional, for observado que o paciente apresenta tão somente, uma situação ou outra, a dieta a ser prescrita pelo nutricionista deverá ser isenta de lactose e/ou proteínas lácteas, que deverão ser substituídas por proteínas de origem vegetal, produtos zero lactose e o restante da dieta ou alimentação deverá ser balanceada, equilibrada, baseada em frutas, verduras, legumes, tubérculos (raízes), grãos, cereais e etc. conforme a indicação do profissional.
– Como o profissional nutricionista pode ajudar essas pessoas? Quando ele deve ser procurado?
Inicialmente o paciente adulto (casos mais raros) ou pediátrico (mais frequente), deverá realizar uma consulta médica com clínico geral ou gastroenterologista ou pediatra para diagnóstico médico da patologia. Em seguida esses pacientes deverão ser encaminhados para um profissional Nutricionista, para que este possa prescrever a dieta baseado no diagnóstico médico, diagnóstico nutricional, avaliação dos exames bioquímicos, avaliação dos hábitos alimentares. Seja o paciente adulto ou criança, deve haver um  reeducado nutricionalmente, obtendo assim uma maior qualidade de vida.
– Existem medicações que são passadas pelo nutricionista nesses casos?

Nos casos de intolerância à lactose, nutricionistas e pediatras poderão prescrever a enzima lactase manipulada ou industrializada à venda em farmácias, de acordo com peso e idade do paciente. Já nos casos de APLV, a recomendação é a retirada das proteínas lácteas, não existindo medicamentos específicos.
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