Pernambuco

Neoenergia anuncia investimento de R$ 5 bi em Pernambuco, em meio a cobranças de falhas no fornecimento de energia

Empresa anuncia aporte recorde na infraestrutura elétrica no Estado, prometendo faltas de energia cada vez menores e menos frequentes. Recursos serão aplicados entre 2024 e 2028, com previsão de R$ 928 milhões já para este ano

Anúncio de investimento da Neoenergia aconteceu no Palácio do Campos das Princesas. Recebendo o CEO da distribuidora, Eduardo Capelastegui, governadora falou sobre a importância das parcerias institucionais – Divulgação

A Neoenergia Pernambuco anunciou nesta segunda-feira (29) investimento recorde de R$ 5,1 bilhões no Estado para os próximos 5 anos. A divulgação acontece num momento em que a companhia sofre pressão do governo, de empresas, de parlamentares e de consumidores residenciais, em função do aumento nas interrupções do fornecimento de energia elétrica ao longo deste ano. O novo plano de investimentos prevê ainda a contratação de mais 2 mil profissionais, com destaque para eletricistas.

O detalhamento do plano de investimentos 2024-2028 aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, com presença da governadora Raquel Lyra, da vice-governadora Priscila Krause, do CEO da Neoenergia,  Eduardo Capelastegui, do diretor-presidente da Neoenergia Pernambuco, Saulo Cabral, além de deputados, empresários e secretários de Estado.

Capelastegui destacou que a Neoenergia vai executar o maior investimento da história da distribuidora em Pernambuco, com obras de expansão, modernização, reforço do sistema elétrico em todas as regiões do Estado e contratação de mão de obra. “Vamos apostar em infraestrutura energética para trazer soluções mais competitivas”, disse o executivo espanhol.

FALTA DE ENERGIA

Apesar da percepção dos clientes de que as faltas de energia têm ocorrido com mais frequência e sido mais longas, o executivo apresentou gráficos mostrando que a qualidade está dentro da meta estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em 2023, por exemplo, a duração média das interrupções no Brasil foi de 10,43 horas; enquanto a média permitida pela Aneel é de 11,29 horas.

Já a Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe), responsável pela regulação da energia no Estado, afirma que ao longo do início deste ano, a distribuidora chegou a alcançar um Tempo Médio de Atendimento Emergencial (TMAE) de até 14 horas em pelo mesnos metade dos municípios pernambucanos.

O diretor-presidente da Neoenergia em Pernambuco, Saulo Cabral, explica que as interrupções aumentaram ao longo dos quatro primeiros meses deste ano graças ao aumento no volume de chuvas (52%) e de raios (200%). Isso significou um aumento de quase 40% na interrupção do fornecimento de energia, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Cabral detalha a aplicação dos aportes nos próximos anos, que vai permitir à distribuidora garantir um salto na qualidade dos serviços prestados à população. Serão construídas ou expandidas 13 subestações e mais de 270 quilômetros de linhas de alta tensão. Também haverá a ampliação de mais de 10% da disponibilidade energética no Estado para a realização de mais de 680 mil ligações, do Litoral ao Sertão.

Também estão no rol de investimentos o avanço da automação e da contratação de mão de obra. Segundo a Neoenergia, entre 2019 e 2023 a força de trabalho própria da companhia passou de 2.403 para 3.621 profissionais, com destaque para vagas de eletricista. O novo plano de investimentos prevê a contratação de mais 2 mil até 2028.

A expansão da automação é outra meta. Nos últimos 5 anos, a empresa instalou mais de 3,3 mil sistemas de automação de rede, que permite uma reconfiguração automática, em um intervalo inferior a três horas, sem intervenção humana.

“Com todos esses investimentos, as faltas de energia vão ficar cada vez menores e menos frequentes”, garante o presidente da Neoenergia Pernambuco.

COBRANÇA POR QUALIDADE

Diante das constantes inerrupções do fornecimento de energia ao longo do ano no Estado, a A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) fez uma audiência para discutir o problema. No dia 18 de abril, o deputado estadual João Paulo (PT) chegou a formalizar uma proposta de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para avaliar as falhas no serviço da Neoenergia.

Mais recentemente, a tensão entre a Neoenergia e os consumidores aumentou com a denúncia de interrupções no fornecimento de energia no Porto Digital.

A governadora comemorou o aporte recorde da Neoenergia, mas também cobrou melhora na qualidade do serviço, afirmando que a Arpe faz seu trabalho de fiscalizar os serviços e que o governo atua por meio do diálogo institucional. Raquel lembrou que estão em andamento obras de infra estrutura, como moradia, água, estradas e outras e que a Neoenergia precisa estar opreparada para acompanhar o avanço desses investimentos.

“Os investimentos que a Neoenergia anuncia hoje dialogam com as pautas de desenvolvimento sustentável e de justiça social que tanto defendemos, pois podem fazer a energia chegar, por exemplo, na eletrificação de poços e em subsestações para as nossas escolas, que estarão prontas para receber aparelhos de ar-condicionado, redes de computadores e linha branca de eletrodomésticos, levando mais cidadania para os nossos professores e estudantes”, enumerou.

Raquel também falou na importância de Pernambuco retomar seu protagonismo regional e como os projetos e a infraestrutura enegética precisam andar juntas. Desde o ano passado, eu e Priscila estamos à frente do governo, na busca de fazer o nosso Estado voltar a crescer e ter protagonismo no Nordeste brasileiro, mas isso só é possível se a gente tiver a infraestrutura adequada, e a energia elétrica é fundamental para permitir que os nossos arranjos produtivos possam se desenvolver e para que a gente possa atrair novos negócios”, observou.

Durante o anúncio dos investimentos, o CEO da Neoenergia disse que a Cosern (RN)  e a Neoenergia Elektro (SP) estão entre as melhores do País no ranking das distribuidoras. “Pernambuco tem condição de brigar pelos primeiros postos do Brasil e esses aportes vão contribuir para isso”, acredita Capelastegui.

Por JC Online

Da redação

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