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Homem é socorrido após levar mordida de surucucu; espécie é considerada a maior cobra peçonhenta das Américas

Acidente aconteceu em Aldeia, no Grande Recife. Segundo informações da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), vítima foi levada ao Hospital da Restauração e tomou 20 ampolas de soro antiofídico

Imagem cedida pela CPRH mostra uma cobra da espécie surucucu, a maior serpente peçonhenta das Américas, que pode chegar a 3 metros de comprimento — Foto: Divulgação/CPRH

Um homem ficou ferido ao ser mordido por uma surucucu, espécie de serpente conhecida por ser a maior cobra peçonhenta das Américas, na região de Aldeia, perto de uma área de mata atlântica no Grande Recife. Segundo informações da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), a vítima foi levada ao Hospital da Restauração, na capital pernambucana. Após o ataque, o animal foi morto por um caseiro no local.

De acordo com o gerente da Unidade de Gestão de Fauna Terrestre da CPRH, Iran Vasconcelos, o acidente ocorreu por volta das 12h desta quarta-feira (6), nas imediações do quilômetro 5 da Estrada de Aldeia, no município de Camaragibe.

O homem, que não teve nome e idade divulgados, foi mordido no tornozelo esquerdo, segundo Vasconcelos. Ainda não há detalhes sobre o acidente.

“A pessoa já tomou 20 ampolas de soro [antiofídico] e chegou [ao hospital] com a visão turva, mas está estável”, informou o gerente da CPRH.

Segundo o gestor, o veneno da surucucu afeta o sistema nervoso humano e causa necrose do tecido atingido, o que pode levar à amputação do membro mordido.

“O que tem que ser feito não é botar sal, não botar nada [na ferida]; é limpar, deitar a pessoa, mantê-la calma e levar, o mais rápido possível, para a unidade de saúde para ser medicada da maneira correta, tomando o soro antiofídico para reverter a ação do veneno no corpo”, explicou Iran Vasconcelos.

g1 entrou em contato com o Hospital da Restauração, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.

Maior cobra peçonhenta das Américas

De acordo com o gerente da CPRH, Iran Vasconcelos, a surucucu, que habita áreas de mata atlântica e corre risco de extinção, é considerada a maior cobra peçonhenta das Américas e pode chegar a ter mais de 3 metros de comprimento. Apesar do tamanho e do veneno, a serpente não é agressiva em comparação a outros animais peçonhentos.

“Ela geralmente costuma fugir das pessoas. (…) Ela tem uma particularidade, porque, dentre os nomes populares, ela é conhecida como cobra morde-coxa. Diferente da cascavel, que dá um bote curto, essa chega a projetar mais de 40% do corpo no bote; então, ela pode morder acima da coxa. É melhor tomar distância e deixar o animal seguir o rumo dele”, afirmou.

Ainda segundo Vasconcelos, caso uma cobra desse tipo apareça numa residência, os moradores devem acionar a brigada ambiental do município ou a Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), da Polícia Militar, para fazer o resgate do réptil.

Em Camaragibe, a brigada ambiental da Guarda Civil Municipal é acionada pela central 153. Já a PM, pelo 190.

O caso foi notificado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que faz um estudo sobre a espécie na Área de Preservação Ambiental (APA) Aldeia–Beberibe.

“Não sabemos ainda como esse acidente aconteceu. Se essa pessoa estava andando dentro da área da mata, ou se a serpente saiu da área da mata e estava na parte próxima às residências. (…) Em virtude dessa alteração ambiental que vem acontecendo na APA Aldeia–Beberibe, esses animais, que são de áreas florestadas, estão justamente tendo um comportamento atípico de se aproximar das áreas residenciais”, disse a professora Jozélia Correia, que faz parte do projeto e atua no Departamento de Biologia da UFRPE.

A professora contou ainda que o último caso de mordida de surucucu na localidade foi registrado há dois anos, quando um homem foi atingido na mão, enquanto passava por uma área de mata.

Por G1PE Caruaru

Da redação

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