Guilherme Uchoa aciona justiça para censurar jornais
Após determinação da justiça, dois jornais e uma emissora de TV do estado estão proibidos de citar o nome e usar a imagem do presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Guilherme Uchoa (PDT), em reportagens sobre suposto tráfico de influência envolvendo sua filha, a advogada Giovana Uchoa. A Justiça estadual atendeu a um pedido do próprio Uchoa.
O Ministério Público afirma que Giovana Uchoa procurou antecipadamente uma promotora para saber qual seria seu parecer no processo de adoção de uma menina por um casal amigo. Ao abordar a infração, a imprensa local citou, inevitavelmente, o parentesco entre a advogada e o deputado.
A liminar concedida pelo juiz Sebastião de Siqueira Sousa no último sábado (31) atinge o apresentador Josley Cardinot, da TV Clube, o “Diário de Pernambuco” e o “Jornal do Commercio”.
A corregedoria da Justiça pernambucana apura irregularidades na conduta da juíza Andréa Calado, que está julgando a ação. Segundo o Ministério Público, há indícios de que a juíza tenha favorecido o casal no processo de guarda provisória.
De acordo com a liminar, os veículos de comunicação têm que pagar multa de R$ 50 mil se citarem Uchoa, que preside a Casa desde 2007, quando seu aliado, o governador Eduardo Campos (PSB), assumiu o Executivo. As empresas vão recorrer da decisão. “Presidente do Legislativo, ex-juiz, ex-desembargador e parece que não conhece a Constituição porque ela nos permite liberdade de expressão. Não se concebe mais esse tipo de comportamento”, afirmou o diretor de redação do “Jornal do Commercio”, Ivanildo Sampaio.
Com informações da Folha de São Paulo