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‘Faltou cooperação do prefeito’, disse Dr. Silvano sobre sua saída da Saúde de BJ

Vice-prefeito de BJ e ex-secretário Municipal de Saúde, Silvano Galvão concedeu entrevista neste sábado (2) na Rádio Bitury

Durante a entrevista, Dr. Silvano frisou que a partir de agora o seu grupo é ‘ele e o povo’ (Foto: Portal BJ1)

Em entrevista neste sábado (2), no programa Bitury Debate, pela Rádio Bitury FM 98.3, o vice-prefeito e ex-secretário de Saúde de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, Silvano Galvão (PTB), anunciou oficialmente seu afastamento do Grupo Galvão e esclareceu que, entre outros motivos, a falta de apoio do prefeito Hélio dos Terrenos (PTB) foi uma das razões que fez com que ele, Dr. Silvano, pedisse demissão da pasta da Saúde.

“Aceitei o convite do prefeito e me comprometi em mais uma vez, como sempre dediquei em minha vida profissional, cuidar da saúde de Belo Jardim. Mas faltou a cooperação do gestor municipal, do prefeito, e dessa forma não tem como promover uma saúde digna para a população. Esse foi um dos fatores [que me levaram a deixar a pasta]”, disse.

Interferências na Secretaria de Saúde

Durante a entrevista, Dr. Silvano também revelou que a interferência de alguns integrantes do governo municipal, principalmente do Secretário Municipal de Gestão, Edilson Fruhauf, também foi decisiva para a sua saída da pasta.

“Outro fator que me fez sair da secretaria foi que algumas pessoas, a exemplo do secretário de Gestão, o senhor Edilson, que é do Rio Grande do Sul, por muitas vezes tentou incriminar e atrapalhar a equipe que havíamos montado para trabalhar na Secretaria. Esse cidadão, inclusive, partia e parte com grosserias principalmente para servidoras mulheres, e o senhor prefeito, por sinal, em nenhum momento defendia ou defende essas pessoas alvos desse senhor Edilson”, revelou.

De acordo com Dr. Silvano, muitas foram as acusações sobre sua passagem na Saúde de Belo Jardim durante os 100 dias do governo Hélio, mas nunca nada chegou a ser comprovado.

“Esse senhor [Edilson] levantou suspeitas sobre a minha gestão na secretaria, levou até para o procurador do município que inclusive apurou, investigou e não encontrou qualquer ilegalidade porque de fato não cometi e nunca pensei em cometer, pois isso não é do meu caráter. Agora eu quero que provem que eu desviei dinheiro, verbas da Secretaria [de Saúde]. Eu lanço esse desafio para que provem que eu cometi algo desse tipo. Esse cidadão, o secretário de Gestão que inclusive dizem que foi uma indicação do senador Armando Monteiro e que vive hospedado no Hotel Asa Branca com suas diárias pagas, deveria provar tudo o que ele levantou de suspeitas contra a minha pessoa, pois eu reafirmo que esse tipo de prática não é da minha índole”, garantiu.

Gestão dificulta liberação de verbas para a Saúde

Além dos problemas já mencionados, Dr. Silvano revelou também que a liberação de recursos para a pasta da Saúde não é um ponto forte do governo Hélio.

“Esse secretário de Gestão é quem libera as verbas e ele não queria liberar para a Saúde, e saúde todos nós sabemos que sem dinheiro não tem como andar para frente. Por exemplo, chegava o dia de pagar os médicos e simplesmente não se tinha verba para pagar. E aí, como fica? Como trabalhar sem a Secretaria ter autonomia?”, questionou.

Governo inchado de servidores por indicação política

Durante a entrevista, Dr. Silvano comentou ainda que tanto na Saúde, como em todas as outras áreas do governo, o excesso de funcionários é um problema que o governo Hélio acabou ‘fechando os olhos’.

“A Saúde e demais secretarias estavam e estão cheias de pessoas empregadas, ultrapassando a Lei de Responsabilidade Fiscal. E eu sempre disse, se não dá, se está ultrapassando o que manda a lei então temos que demitir, é a lei que manda. Mas aí vinha alguém, a exemplo da irmã do prefeito, e mandava empregar duas, três pessoas. Então assim ficava e fica complicado. É uma gestão onde há vários grupos, tem o grupo da Serra, que é do prefeito com sua família e aliados; tem o grupo do secretário de Governo, Cecílio Galvão, e por aí vai”, detalhou Dr. Silvano.

Convênio entre o município e hospital particular

Em relação ao contrato de parceria firmado entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Hospital Santa Fé, Dr. Silvano até confirmou que foi e é a favor do mesmo, mas não da forma como o governo municipal demonstra querer.

“Eu era e sou a favor de que o convênio com o Hospital Santa Fé existisse e exista, mas de forma temporária, até que o Hospital Júlio Alves de Lira e a UPA 24 horas estivessem totalmente regularizados e com as obras que foram paradas concluídas, até porque nós [Hélio e o Grupo Galvão] prometemos em praça pública deixar o hospital e UPA funcionando, porém eu percebo que o prefeito não tem essa mesma visão, ele não deixa isso claro. Pelo que percebo, ele, o senhor prefeito, deseja que essa parceria fique durante todo o governo e com isso ele não esboça nenhuma reação em relação ao problema do hospital municipal, e a nossa saúde não pode ficar refém do setor privado, de um hospital particular, pois a saúde pública é um direito garantido pela constituição de 88”, argumentou Dr. Silvano, que completou: “E além de tudo isso sabemos que aquele hospital [Júlio Alves de Lira], e eu digo isso desde a minha época como vereador, não comporta mais toda a demanda de Belo Jardim. Portanto é preciso também lutar e deixar as bandeiras políticas de lado, para que se consiga construir um novo hospital público em Belo Jardim”.

Afastamento do prefeito e do Grupo Galvão

Diante de tudo o que se provocou dentro do governo e que o levou a pedir demissão da Secretária de Saúde de Belo Jardim, Dr. Silvano oficializou que não haveria condições, clima para continuar sendo conivente com os ideais do prefeito Hélio e do Grupo Galvão, e por isso oficializou seu afastamento de ambos.

“Continuo como vice-prefeito, mas deixo o grupo [Galvão], não tenho mais grupo; o meu grupo por enquanto serei eu e o povo, pois é ao povo com quem tenho meu maior compromisso”, finalizou.

Da Redação

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