Explosão de assassinatos chama atenção na Região Metropolitana e Agreste de Pernambuco
Balanço divulgado pela Secretaria de Defesa Social (SDS) confirmou que, em maio, a violência subiu de novo em Pernambuco. Ao todo, 306 pessoas foram mortas no último mês – média de dez por dia. O aumento é de 4,79% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 292 homicídios foram contabilizados.
Se somados os números dos primeiros cinco meses deste ano, o Estado já acumula 1.586 mortes violentas. Um aumento de 11,30%, em relação a 2021, quando 1.425 pessoas foram assassinadas. O programa estadual Pacto pela Vida prevê redução de 12%.
A situação mais preocupante – observada desde o começo do ano – está na região do Agreste. Foram registrados 378 assassinatos entre janeiro e maio deste ano. No mesmo período de 2021, o acumulado foi de 313. Isso significa um crescimento de 20,77% no número de vítimas.
A SDS ainda não divulgou os dados por município. Mas, desde o primeiro bimestre, a cidade de Garanhuns, que fica na região, já apresentava um salto da violência.
Entre janeiro e abril, 26 mortes foram registradas em Garanhuns. Já no mesmo período de 2021, foram somados 12 homicídios. Crescimento de 116,6%. Chama a atenção também que 14 pessoas assassinadas neste ano no município tinham entre 12 e 29 anos. Esse perfil é considerado mais vulnerável porque, sem oportunidades de emprego e estudos, acabam sendo atraídos para o tráfico de drogas.
O avanço de facções especializadas no tráfico e a disputa por território no Agreste têm, justamente, relação com o aumento das estatísticas.
A Região Metropolitana do Recife (sem incluir a capital) também vive um cenário de forte alerta. Houve alta de 403 para 467 vítimas. O crescimento é de 15,88%. Os municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Jaboatão dos Guararapes são os que apresentam maior número de mortes.
O Cabo, inclusive, vem sendo alvo de atenção especial das forças de segurança porque apresenta maior taxa de assassinatos por 100 mil habitantes do Grande Recife. Em maio, em um único fim de semana, a polícia somou pelo menos seis mortes. A maioria dos crimes é relacionada ao tráfico de drogas. Mas não são só as disputas entre grupos rivais ou por dívidas que acabam em mortes no município.
No dia 5 de junho, a professora aposentada Edna de Souza Fonseca, de 63 anos, caminhava com o seu cachorro, a poucos metros de casa, quando foi surpreendida por homens armados. Acabou levada até uma área onde não havia câmeras de segurança e foi executada. O animal também morreu. A investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios do Cabo apontou que traficantes teriam desconfiado que a vítima seria informante da polícia e, por isso, houve a ordem para a execução. Um adolescente, apreendido no dia seguinte, confessou que atirou na professora.
Por JC Online