Economia

Contratações temporárias de Natal devem ser abaixo da perspectiva nacional

Projeção nacional da CNC é positiva em 2018, mas comerciantes de Belo Jardim afirmam que a realidade local é negativa

Arquivo / Agência Brasil

Do Jornal Enfoco

Belo Jardim pode ser considerado um ponto fora da curva, como diria o ditado popular, em relação a perspectiva nacional de contratações temporárias para o Natal e fim de ano.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou positivamente a projeção de vendas durante o período e ampliou a possibilidade de contratações na área, de 72,7 mil para 76,5 mil vagas.

Enquanto que a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Assertem) tem perspectiva de abertura de 434.429 postos temporários em todo o país, 10% a mais do que em 2017, sobretudo nos segmentos farmacêutico, alimentício, químico e agroindustrial.

Já o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a partir de pesquisa com 1.168 empresários de comércio e serviços do país, mostra que as duas áreas devem oferecer 59,2 mil vagas temporárias, acima das 51 mil do ano passado.

Todavia, em Belo Jardim devido as baixas projeções de vendas do comércio fazem com que a perspectiva de contratações temporárias vá de encontro ao que mostram as três entidades mencionadas.

Empresário da loja Rogério Máquinas e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município, Rogério Alves avalia que a prioridade do consumidor belo-jardinense será outra neste fim de ano, fator este a impactar negativamente para o comércio.

“O pessoal em termos gerais está muito endividado, com muitas contas para pagar e na maioria dos casos com pouco dinheiro, então fazer compras ficará para depois de pagar os débitos e, por isso, as vendas do comércio tendem a ser fracas e consequentemente sem demanda que justifique contratações temporárias”, afirma.

Dono da Refúgio Modas, Luciano Araújo é um dos comerciantes a confirmar que as esperanças do comércio belo-jardinense não podem ser tão elevadas como a do mercado nacional.

“Pelo menos no segmento da minha empresa, que é o de confecção, eu não vejo espaço para fazer novas contratações neste fim de ano porque as perspectivas de vendas não são de ter tanta demanda assim. O cenário hoje de Belo Jardim é diferente um pouco do nacional, há fatores locais que impactam negativamente para o comércio, a exemplo da seca em algumas áreas do município e até mesmo a informalidade, ou seja, o comércio 100% pelas redes sociais, que não paga imposto, que não tem despesas com funcionários, mas que figura como concorrente de peso do comércio formal”, explica.

Há empresários que também observam como fator a influenciar negativamente nos resultados do comércio local a postura do poder Executivo Municipal.

“Como é que as pessoas vão ter poder de compra aqui em Belo Jardim neste fim de ano se o município não tem pago em dias os servidores, isso sem falar naqueles que foram demitidos? E além disso, as pessoas comuns que trabalham na iniciativa privada, nas indústrias, muitas vezes precisam gastar muito, por exemplo, com saúde porque a saúde pública do nosso município tem andado precária. Como é que o comércio de um município nessa situação pode vender e consequentemente contratar mais no fim de ano?”, questiona um empresário do ramo de alimentos, que pediu para ter o nome preservado.

Da Redação

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