Roberta passa boa parte do tempo deitada em uma cama e depende da família para comer e tomar banho. Foto: Cortesia
A tarde do dia 21 de setembro de 2008 mudou a vida de Roberta Saruará da Silva, de 34 anos. Após um acidente de carro em uma estrada de terra que dá acesso ao distrito de Água Fria, em Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, a belo-jardinense ficou tetraplégica e desde então passa dificuldades para sobreviver e cuidar dos seus três filhos e do neto, de apenas 6 meses de vida. Através das redes sociais ela externou sua situação e pediu ajuda para a família.
Roberta perdeu o movimento dos braços e das pernas após o carro que ela e mais três pessoas estavam colidir em com uma árvore e uma motocicleta que estava estacionada. “A estrada estava muito esburacada, ele [o motorista] rodou a direção e ia batendo em um carro Fiat, depois ele rodou de novo e bateu na árvore e em uma moto de um casal que estava tirando foto. Antes de bater segurei com força nos dois bancos da frente, mais o impacto foi muito forte e meu corpo foi para frente e depois voltou para trás. Depois disso não sentia mais meu corpo”, conta.
Após o acidente, o motorista do carro, que estava embriagado, segundo Roberta, fugiu do local. “Minha amiga e o motorista desmaiaram na hora. Eu fiquei acordada o tempo todo. O motorista saiu correndo depois. Quando minha amiga acordou ela abriu a porta e saiu do carro, depois voltou quando lembrou de mim, pedi para que ela abrisse a porta de vagar se não eu iria cair”, disse.
Roberta relata ainda que um homem que passava de moto e ia para a cidade chamou os bombeiros, que chegou cerca de 1h depois. “Os bombeiros me imobilizaram e me levaram para o Hospital de Belo Jardim. Lá, eles passaram a mão no meu pé e eu não sentia nada. Daí disseram que o meu caso era na Restauração, em Recife. Após sofrer bastante e não aguentar mais respirar, eu desmaiei e entrei em coma, por seis meses”, explicou.
Ao todo, Roberta passou 11 meses internada no Hospital da Restauração, na capital pernambucana. Durante esse tempo, a mãe dela, de 53 anos, dependeu de ajuda para cuidar dos três netos sozinha. Um deles, tinha apenas 5 meses de vida na época.
Na casa de Roberta residem atualmente seis pessoas, ela, sua mãe, seus três filhos e o neto. Todos sobrevivem apenas de um benefício que é concedido pelo governo, no valor de um salário mínimo. O pai de dois dos três filhos dela, foi assassinado a tiros no dia 23 de julho deste ano. O genitor do outro filho paga uma pensão que ajuda a comprar roupas e matérias escolares para a criança. A mãe não trabalha, pois precisa cuidar da filha e dos netos.
O dinheiro recebido por Roberta é pouco para comprar alimentos e roupas para os filhos. Boa parte do dinheiro é usado parar comprar seus medicamentos de uso controlado, como Diazepam e antidepressivos. O dinheiro também é usado para comprar fraldas geriátricas.
A família pegava alguns medicamentos na farmácia popular do município, mas já há algum tempo essa medicação não está mais disponível. Já as cestas básicas que eram fornecidas pela Secretaria de Ação Social as famílias carentes da cidade não estão sendo mais entregues há mais de quatro meses.
O BJ1 está lançando uma campanha solidária para ajudar a família de Roberta. As pessoas podem doar fraldas geriátricas no tamanho G, cestas básicas ou qualquer quantia em dinheiro que possa ajudar na compra dos medicamentos. As doações podem ser entregues na Rádio Bitury, localizada na rua Coronel Firmino Rodriguez, edifício Orquídea, próximo à Praça da Conceição – centro. Ou na residência da família, no bairro da Cohab II, rua 06, número 298.