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Belo Jardim: sujeira na cidade ajuda aumentar a proliferação de muriçocas e população reclama

A combinação calor mais lixo, principalmente o que vai parar nos rios, aumenta muito a quantidade de pernilongos

Reprodução/Internet

Não é de hoje que as muriçocas são um tormento na vida dos moradores de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco. Ano após ano a população reclama do problema e cobra ações do governo municipal, que não atua no combate aos pernilongos.

Para tentar amenizar o problema, os belo-jardinenses buscam diferentes alternativas, como o uso de raquetes, ventiladores, inseticidas, repelentes e até mesmo telas de proteção em portas e janelas. Mas, mesmo assim, é quase impossível se livrar totalmente das muriçocas dentro de casa.

Nas redes sociais a população reclama e cobra atuação da gestão Hélio dos Terrenos, principalmente com a limpeza das ruas, capinação dos matos, investimento em saneamento básico e conserto de esgotos a céu aberto e principalmente a limpeza do rio Bitury que corta a cidade e é o principal foco de proliferação dos mosquitos.

Segundo especialistas da área de saúde, a combinação calor mais lixo, principalmente o que vai parar nos rios, aumenta muito a quantidade de pernilongos.

As larvas de hoje serão os mosquitos de amanhã, que nascerão para tirar nosso sangue. O culex, o mosquito também chamado de pernilongo, no verão atormenta nossas noites e nosso sono.

“Estou vendo a hora eles nos carregarem aqui de casa”, escreveu Nena Silva.

“Ninguém consegue dormir mais não”, disse Suely Gomes.

“Belo Jardim sem flores e entregue aos mosquitos”, ironizou Roberto Vasconcelos.

“Aqui em casa a gente só assiste televisão em baixo do mosquiteiro, até para jantar está sendo com mosquiteiro”, brincou Iolanda Duarte.

Em entrevistas ao Portal Correio, o diretor do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), Sinval Pinto Brandão, reafirmou a relação das arboviroses com o saneamento.

“Estão direta e indiretamente associadas às condições inadequadas ou precárias de saneamento básico. Nosso grupo de Pesquisa em Entomologia médica, liderado pela colega Constância Ayres, comprovou que o Culex também transmite o vírus zika, tanto através de infecção experimental, como pelo encontro da infecção natural pelo vírus em espécimes coletadas no campo em áreas de Recife onde foram registrados casos comprovados de Zika. Não temos nenhuma evidência indicativa no momento em relação à transmissão de chikungunha pela muriçoca. A dimensão do controle passa ser bem mais complexa, pois as medidas adotadas para o Aedes aegypti devem ser mantidas e também ampliadas e redirecionadas para o controle de Culex, que ao contrário do Aedes, prefere a água suja, ou seja, mais do que nunca se impõe a implementação imediata da ações de saneamento básico nas várias regiões do Pais”, declarou o pesquisador em saúde pública.

Da Redação

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